sábado, 14 de janeiro de 2012

Os (Des) caminhos do prazer

Postado por Suellen (Menina aos olhos do Pai) às 07:01:00
Olá, queridos e queridas! Quero deixar com vocês estas postagens feitas pelo Bruno Ribeiro
( @janasequev ) no blog Projeto Defunto (onde morrer é preciso, devemos fazer morrer a carne para obter a santidade).

Já acompanho este blog há um bom tempo. Se quiser pode visitá-lo e ver como é edificante!

Estas postagens do Bruno falam sobre os caminhos e decisões tomadas pelo casal Eros e Edite, que possuem uma história intrigante e reveladora e que deixaram que os desejos carnais ultrapassassem sua vida com Deus e compromisso com Ele. O post é grande, pois a história tinha sido dividida em 4 partes. Mas te garanto que vale a pena. Vamos lá?! :-)


 OS (DES)CAMINHOS DO PRAZER

 O sol lentamente se despedia ao mesmo tempo em que apressadamente apresentava o luar e lhe punha iluminado no centro das cenas prestes a se desenrolar. A brisa suave do outono refrescava-lhes os ânimos ao passo que os conduzia a uma atmosfera bela e majestosa cuja imponência podia ser contemplada nas abóbadas celestes decoradas com raios de luz róseo-alaranjados. Cores vibrantes e doces de um dia que chegava ao seu fim, trazendo em seu bojo uma noite brilhante e clara como cristal, estrelada, enluarada... Uma cenografia de longe das mais românticas e propícias à celebração do “amor” em suas mais diversas manifestações.

Os relógios já marcavam pouco mais de 18h e Eros chegava a sua casa acompanhado de Edite, após passar uma tarde muito agradável na companhia de parentes e amigos, celebrando o aniversário de um dos mais de vinte primos dele. Almoços, sobremesas, conversas, brincadeiras, diversões, descontrações, lazer, distrações, opiniões... Realmente havia sido uma tarde daquelas! Nem sempre é possível reunir a família como havia sido feito naquela tarde outonal de domingo. Geralmente, dizem que família grande só se reúne em casamento e velório. Eros compartilhava desse senso comum, mas soube identificar algo incomum nesse dia: toda a família estava reunida. E toda mesmo!
O primo Roberto era um dos mais queridos e o seu aniversário de 25 anos era motivo de comemoração, alegria e felicidade para todos os parentes tanto próximos como distantes, principalmente. O clima de confraternização era bastante agradável, pois a família de Eros era carismática, comunicativa e muito despojada: gostava de fazer os outros se sentirem bem (e muito bem em seu meio!). Era por isso que Edite gostava tanto de estar com todos eles. Realmente sentia-se (e faziam-na sentir) como membro da família. Contudo, a tarde findava e chegada era a hora de se despedirem, pois a noite despontava e o compromisso lhes chamava a mente a qual havia se ocupado com supérfluos e futilidades quase sem-fim por horas a fio...
Entrando em casa, Eros sabia que não haveria ninguém a esperá-los em sua confortável e aconchegante residência desde que seu irmão casara, e mudara-se dali para um lugar distante, e seu pai já não fazia mais parte desse “mundo mortal”. Restava-lhe sua mãe como companhia presente e contínua. Contudo, ela permaneceu na casa de Roberto, pois decidira fazer hora até o horário de início do culto em sua igreja. Sim, Dona Margot era cristã evangélica e aos domingos à noite “batia ponto” em sua comunidade local.


Eros já sabia que Dona Margot não iria passar em casa antes de se dirigir ao culto naquela noite, pois ela lhe havia comunicado quando de sua saída da casa de Roberto juntamente com Edite. A princípio, ele não viu problemas nisso, pois racionalizara “friamente” que passaria em casa apenas para tomar um banho, arrumar-se, pegar as coisas de Edite e, então, partiriam para seu compromisso. E tudo ia bem até que repentinamente...
E tudo ia bem até que repentinamente imagens em forma de “flashes” começaram a surgir na mente de Eros. Inicialmente, pareciam instintivos (e realmente o eram!) e vinham à tona de suas sinapses mentais como vento que não sabe para onde vai e nem de onde vem. “Que será isso?!”, perguntava-se intrigado. “Que louco!”, num misto de admiração e espanto indagava-se o porquê de tudo aquilo. E num curtíssimo espaço de tempo, estava ele embebido em imagens as quais não acreditava terem encontrado abrigo no mais profundo de sua mente. Ao longo do caminho de volta para casa, enquanto Edite lhe falava, encontrava-se entorpecido, absorto, “perdido”, desfrutando cenas que pareciam intermináveis em e inafastáveis de sua consciência. Até que Edite lhe chama a atenção de forma ríspida e o faz despertar de um “sono devidamente desperto”; um “sonho precisamente real e vívido”.
Mas qual seria o motivo de tanta informação escondida por entre seus neurônios que o deixavam até certo ponto insensível ao mundo ao seu redor? Sem se aprofundar muito e sem ir além demais, a resposta veio a Eros como um lampejo de luz: rápida, instantânea e bem nítida.  Agora, as imagens mentais caminhavam por outras partes do seu corpo sob a forma de sensações diversas: a garganta secava, a voz não saía, os lábios ressecavam, o coração acelerava; sentia seus vasos sanguíneos dilatando-se para possibilitar a passagem de mililitros cada vez mais densos e acelerados de sangue; e este era semelhante a água em ebulição – fervia! – queimando-lhe as paredes de suas artérias e veias, fazendo sua pele esquentar como fornalha superaquecida; Eros sentia o rosto fumegar, as mãos suarem, as canelas cabeludas umedecerem e uma sensação exótica de desejo ardente. E como ardia! Partes do seu corpo já evidenciavam esse desejo que lhe parecia ter arrebatado a alma, ter-lhe tirado o alicerce, ter-lhe levado a outra dimensão, ter-lhe usurpado a consciência, conduzindo-lhe para fora de si. Uma sincronia de sons, sensações, imagens...
Edite aparentemente estava perdida. Seu abraço para Eros foi o sinal de que precisava para expressar as sensações que lhe corroíam o âmago de seu ser e lhe permitia experimentar as mais diversas paixões humanas. Sem mencionar uma palavra sequer, lançou-se aos beijos com Edite e lhe tomou em seus braços. Suas consciências já não mais existiam como pessoais e individuais, pois já haviam se fundido em um só clamor: a necessidade de satisfazer os desejos que lhes consumiam a alma. 

Enlouquecidos e totalmente absortos, entregaram-se ao que tanto queriam e ansiavam reciprocamente. A sala de estar de dois ambientes tornou-se pequena para tanto desejo, tanto afeto, tantas carícias, tantos sons, tantas palavras românticas e carentes de um amor insaciável. Para tanto, foi necessário recorrer ao quarto de Eros, à cama de sua mãe, à pia do banheiro, debaixo do chuveiro, ao chão da cozinha... Menos mal as janelas da casa inteira estarem fechadas. E bem fechadas!...
Após inúmeras explosões de prazer, ainda jogados no chão da sala entre roupas e calçados, em sua semiconsciência, Eros se lembra do compromisso (seu e de Edite) e corre para ver as horas no relógio mais próximo. Uma hora já havia se passado e eles nem se haviam dado conta disso. Agora, restavam-lhe apenas 15 minutos. 

O frenesi toma conta deles e começam a ajeitar os cômodos da casa, colocam os móveis no lugar, limpam aquilo que haviam sujado, tiram as roupas do chão, guardam os calçados em seu devido lugar, buscam no guarda-roupa a vestimenta própria para uso, calçam-se, penteiam-se, perfumam-se, aprontam-se, fecham toda a casa e saem – partem rumo ao lugar onde tem compromisso firmado. Compromisso esse semanal!

Ao longo do caminho, Eros se põe a pensar em tudo o que aconteceu entre ele e Edite enquanto estavam em sua casa. Começou a questionar por que sua mãe não voltara com eles. Algo lhe imprimia um sentimento de grande remorso. “Será que tinha a ver com o compromisso?”, ponderava ele. Nem ele nem Edite trocaram palavras, muito menos olhares durante todo o deslocamento.

Ao chegarem ao local, sentiam-se “estranhos”. Havia uma sensação inusitada de sujeira, imundice, nojeira mesmo. Parecia que estava estampado em suas testas o que eles haviam acabado de fazer. Mas, ao mesmo tempo, conduziam bem naturalmente seus cumprimentos, sua maneira educada de falar, o modo discreto e carismático de dizer “Boa noite, irmão!”, “Como vai, irmã?”... Irmão??!! Irmã??!! Ah, sim, claro! 

A igreja era o lugar em que eles se encontravam com seus “irmãos” e suas “irmãs” em Cristo. Era lá que eles mostravam sua bela cordialidade, simpatia, doçura e amabilidade. Era lá que eles eram vistos como “casal de Deus” e o mais bonito par de namorados da igreja local. Eram dignos de admiração por cada membro senão por todos. E o compromisso? Então... Eros era Professor da Classe de Jovens e Edite, líder de louvor. Batizados nas águas há pouco mais de 8 anos. Por falar nisso, nessa noite era ela quem iria ministrar os momentos de louvor no Culto Divino.
E o primeiro momento chegou. Algo acontecia com Eros ao ver Edite lá na frente entoando louvores considerados magníficos e celestiais. Ela é considerada por muitos como uma das poucas jovens usadas por Deus “de verdade”. As pessoas sentem a presença do Espírito Santo ao vê-la louvando a Deus. 

Mas parecia que não era bem isso que Eros estava sentindo naquela ocasião. O incômodo crescia gradativamente conforme as notas melódicas e a letra intensa iam se harmonizando com a atmosfera santa e reverente daquela comunidade local. Ao seu lado, Dona Margot chorava, comovida ao se sentir tocada por Deus.
Eros não conseguia apagar de sua mente tudo que havia ocorrido entre ele e Edite em sua casa há pouco menos de uma hora e um aperto dolorido lhe tomou o coração de uma forma jamais sentida – ou pelo menos – percebida anteriormente. Ainda balbuciavam nas profundezas de seus recônditos mentais as imagens que o levaram a tudo aquilo. E claramente ele enxergou a origem de tudo. A madrugada anterior lhe revelava nitidamente as cenas como um papel a se desenrolar diante dos seus olhos. Mais do que isso, o conteúdo da pasta “Histórico” do Internet Explorer de seu notebook dizia-lhe por si mesmo: “Brasileirinhas”, “Buttman”, “Porntube”, “Xvideos” são apenas alguns dos sites que o “divertiram” durante a madrugada de sábado para domingo. Com isso, Eros entendeu que o que havia acontecido entre ele e Edite já havia começado muito antes em sua mente, pervertendo todo o seu coração e contaminando as suas atitudes e os seu comportamento.
Mais uma vez absorto em seus pensamentos, não percebera que Edite já havia terminado sua ministração e o pastor já iniciara o sermão daquela noite. Ainda “perdido”, algo lhe chamara a atenção bruscamente. Foi quando o pastor leu em voz alta: “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual.” (I Ts. 4:3). “E desde quando o pastor lê a minha mente?”, indagava a si mesmo estupefato. Conforme prestava atenção nas palavras discutidas, analisadas e proferidas pelo pastor, mais uma vez sente um baque dentro de si. “Fuja dos desejos malignos da juventude e siga a justiça, a fé, o amor e a paz, juntamente com os que, de coração puro, invocam o Senhor.” (II Tim. 2:22). “Por que ele olha fixamente pra mim enquanto discorre sobre esse texto? Seu olhar me fita como se houvesse apenas eu aqui na igreja.”, analisa um Eros bastante incomodado.
À medida que o tempo passa e o pastor parte para a finalização do sermão, Eros sente que algo o toma pela mão e o leva à beira de um precipício num lugar ermo, frio e escuro...
Contudo, tais sentimentos deram rapidamente lugar à incerteza, ao medo e à dúvida. “Será que consigo vencer isso? Por quanto tempo? Deus está me perdoando? Mas e as consequências? Isso já é o suficiente?

Mas e se eu voltar a fazer tudo de novo? Ainda há jeito para mim e para minha vida?” Perguntas, perguntas e muito mais perguntas. A inquietação o arrebatou incisivamente e agora ele já não sabia pra onde olhar, o que pensar, pra onde ir e o que fazer. Nesse momento, uma voz bem audível lhe diz claramente em tom suave e agradável:

“O anjo do Senhor disse a Satanás: ‘O Senhor o repreenda, Satanás! O Senhor que escolheu Jerusalém o repreenda! Este homem não parece um tição tirado do fogo?’. Ora, Josué, vestido de roupas impuras, estava de pé diante do anjo. O anjo disse aos que estavam diante dele: ‘Tirem as roupas impuras dele’. Depois disse a Josué: ‘Veja, eu tirei de você o seu pecado, e coloquei vestes nobres sobre você’.” (Zacarias 3:2-4).
Algo incomodava Eros. Palavras, vozes, revelações, sintomas, sensações, emoções... Nada disso lhe havia ocorrido antes. Tudo era muito belo, mas, ao mesmo tempo, estranho e amedrontador. Então, ele resolveu conversar com Deus e Lhe pediu uma resposta concreta de que Ele estava lhe falando, exortando-lhe a mudar as práticas habituais e lhe incitando a aceitar Seu perdão.

Ao se dar conta de si mesmo, Eros estava com a Bíblia aberta em Romanos 12: 2 que relatava: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.“. Eros fechou sua Bíblia e só percebeu que se debulhava em lágrimas porque Edite lhe oferecera um lenço de papel. A essa altura, ela havia presenciado tudo e provavelmente entendia o que lhe acontecia mesmo sem ele ter dito uma palavra sequer.

Ao se recompor, Eros se deparou com a palavra final lida pelo pastor naquela noite: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9). Algo de maravilhoso (e ao mesmo tempo terrível), naquela noite, havia mudado o rumo daquelas vidas para sempre!
                                   (Continua? Deus sabe...)

#TamuJuntu e #pracimadele

Forte [ ]

Bruno Ribeiro
@janasequev
r-brunn@hotmail.com

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