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terça-feira, 7 de agosto de 2012
A classe média gasta em roupas o dobro do que investe em educação
Pesquisa aponta que classe média gasta em roupas o dobro do que investe em formação. Mas esse quadro começa a mudar: brasileiros estão atrás de melhores colocações profissionais, e instituições de ensino já se adaptam às novas demandas.
Quando o assunto é escolher entre investir em educação ou na aparência, o brasileiro prefere se sentir bem diante do espelho. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovou que a escolaridade ocupa apenas 3% do orçamento, enquanto os desembolsos com vestuário totalizam 5,5%. Essa opção é ainda mais visível na classe C, que representa 54% da população e 49% do consumo desse bem no país. “A nova classe média, sem dúvida, prefere gastar com roupa do que comprar um livro. Mais de 23% de tudo que entra vai para esse fim. Quem ganha R$ 1,5 mil mensais usa pelo menos R$ 350 com moda e beleza”, calcula Cristina Marinho, especialista em marketing da moda e comportamento do consumidor.
A classe C vê a moda como um passaporte para a inclusão social, uma forma de ser aceita, dizem especialistas. Não se trata de consumo leviano, mas do reflexo da melhoria da qualidade de vida. Pesquisa da N. Marinho Marketing aponta que, nesse grupo, a maioria é mulher, com nível superior completo, acesso à internet, que se inspira no que usam as celebridades e as protagonistas de novelas. Não está preocupada com marca. Quer roupa de qualidade, com bom acabamento, sem gastar muito. Os homens, esses sim, gostam de ostentar etiqueta famosa de grife estrangeira.
Para Renato Meirelles, presidente do Instituto Data Popular, no entanto, a comparação entre vestuário e estudo não sobrevive fora do contexto histórico e social. “Roupa não é supérfluo. A classe C entrou para o mercado de trabalho: 83% têm carteira assinada e precisam ampliar o guarda-roupa”, opina. Ele ressalta um “certo preconceito” em relação à nova classe. É julgada porque compra roupa. Se não compra e usa modelo tido como inadequado, os mesmos críticos não lhe darão emprego ou a tacharão de brega. Meirelles também descarta o discurso de que essa fatia da sociedade não poupa para a educação dos filhos e que, sem o preparo das classes A e B, puxa a qualidade do ensino para baixo. “A classe C ainda carece de gêneros de primeira necessidade. Metade da população brasileira não tem máquina de lavar. Vai para o tanque depois de um cansativo dia de trabalho”, destaca.
Na ponta do lápis
Os gastos com vestuário, contudo, começam a diminuir, cedendo lugar a investimentos em educação, em todas as camadas sociais. A funcionária pública Ana Carolina Oliveira, 26 anos, mãe de Miguel, 3 anos, desembolsa 17,5% da renda mensal de R$ 4 mil na creche do filho (R$ 700), no Guará I. “Se contarmos R$ 500 de material escolar, uniforme escolar e os passeios, ultrapassa os 20%”, garante. Do orçamento, apenas 10% são para renovar o guarda-roupa. “Só compro roupa para trabalhar e viajar”, confessa. Ela ainda não faz poupança. Pretende ter mais um bebê para depois começar a se organizar.
Já o casal Silmara de Azevedo Campos, 30, e Alexandre Lopes de Souza, 32, — ele estudante de direito e bolsista e ela formada em propaganda e marketing — deposita o quanto podem da renda familiar, de R$ 3,5 mil, em título de capitalização para o filho Saulo Fernando Campos de Souza, 4 anos. Só a escola do menino (R$ 720) representa 20,57% dos ganhos. Silmara paga mais R$ 250 ao programa de Financiamento Estudantil (Fies) e divide com o marido as viagens de férias para o litoral nordestino. “Dá para sobreviver. Além do emprego, faço consultoria para bancar outros gastos”, conta ela. Apesar do controle, ela admite que, se calcular, é possível que o vestuário ultrapasse os 25% do total dos gastos.
Andreia, 46, e Marco Aurélio de Oliveira, 50, moram no Lago Sul com três filhos: Marco Aurélio, 15, Anna Carolina, 14, e Anna Clara, 6. Escola, cursos de línguas e reforço escolar não saem por menos de R$ 5,5 mil, cerca de 20% da renda. O material didático este ano custou R$ 6 mil. Com vestuário, vão mais de 25% dos ganhos, incluindo as peças novas que não podem faltar em datas especiais. “O gasto não é maior porque não compro nada sem pesquisar na internet”, conta Andreia, que não consegue fugir totalmente das pressões. “Meu filho, adolescente, agora só quer roupa de marca. Mas até isso eu encontro nos site de compras coletivas”, ressalta.
O custo (com a educação) não é tão alto porque o colégio é em Águas Claras, oferece atividades físicas e não pagamos transporte Giulean Alves de Matos
Tom certo
Os funcionários públicos Giulean Alves de Matos, 37, e Vanessa , 35, são controlados. Ele faz uma planilha organizada e garante que 20% da renda líquida familiar de R$ 10,8 mil vão para educação das filhas, Giovanna, 14, e Gianne, 10. Escola e curso de inglês chegam a R$ 2,2 mil. Material escolar, R$ 2,1 mil. “O custo não é tão alto porque o colégio é em Águas Claras, oferece atividades físicas e não pagamos transporte escolar”, pondera Giulean. O único item não controlado é o desembolso com vestuário. “Fico nervoso só de pensar”, brinca. Do salário, não há sobras para aplicações. Ele é administrador de empresas e faz consultoria. O extra é investido em imóveis.
O advogado Luís Cláudio Megiorin, presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino (Aspa-DF), defende que o gasto com educação aumentou, mas não porque a formação acadêmica se tornou prioridade. “As escolas são absurdamente caras e de qualidade duvidosa”, alerta. No blog da Aspa, ele denuncia aumentos das mensalidades acima da inflação, nos últimos cinco anos, e afirma que são as classes A e B que bancam os sistemas público e privado de formação. “As escolas de base eram públicas e excelentes. Hoje, dispensam comentários. O gasto excessivo da classe C com roupa é reflexo de políticas que não priorizam a educação. O importante hoje é comprar carro”, provoca.
Para atender a busca da parcela emergente por educação e inserção no mercado de trabalho, algumas instituições de ensino superior adaptaram suas metodologias e estratégias. A União Educacional de Brasília (Uneb) tem regime de módulos mensais, que permite processo seletivo em qualquer época do ano, e preços que cabem no bolso — a partir de R$ 254,99. Adotou também a educação a distância. A ideia, segundo o diretor executivo, Marcelino Hermida, é usar tecnologias inovadoras em benefício do aluno, sem baixar a qualidade. “Quanto mais investimento em educação, maior a empregabilidade e o reconhecimento profissional. O aluno que destoar da classe pode optar pelo nosso projeto de monitoramento, com acompanhamento personalizado. Estudamos caso a caso. Seguindo as orientações, em pouco tempo, ele estará em nível semelhante ao dos colegas. Nosso objetivo é encontrar o tom certo, com democracia e equilíbrio”, destaca Hermida.
Fonte: Eu, estudante
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