Lágrimas de um Vaso (Crônicas da Suh)

Por que estou sendo quebrado?

Por que estou sendo reconstruído?
Por que dói tanto ser reconstruído?
Por que?

As pedrinhas estão sendo retiradas de dentro de mim
Uma por uma, uma por uma
Cada uma é uma lágrima, uma luta

E o grande oleiro permite que mais barro seja jogado em mim,
Preciso ser um vaso maior, mais bonito...
Mas dói tanto... tanto...

Traição de amigos, abandono de família, dificuldades financeiras, solidão, doença, engano... este barro pode ter tantos nomes, meu Deus
Estou sendo moldado...

Moldado, moldado... Pressionado de todos os lados... mas não estou desanimando

Nossa, estou na luta! Perplexo, mas não desesperado

Tantas dificuldades... quero chorar! Abatido, mas não destruído

O Oleiro está me refazendo. No final sei que serei diferente.
Este sofrimento é momentâneo e me trará um eterno peso de glória

O meu Oleiro não é qualquer um
Ele faz milagres. Pega o nada e transforma em algo lindo, admirável.
Ele criou a olaria, Ele criou a cidade da olaria, o país da olaria... Criou o Universo inteirinho!

E o Oleiro me escolheu para ser moldado

No meio de tantos, eu estou tendo a honra de ser moldado pessoalmente pelo grande Oleiro, que orgulho!

Aguentarei firme cada luta, cada dor, cada quebrantamento, cada pressão, porque o Oleiro confiou em mim para aguentar.

Ele sabe que eu posso aguentar isso tudo. Sou capaz de aguentar a roda, sou capaz de passar pelo fogo.

Não sairei da casa do Oleiro. Não desistirei.

Minha história não será mais a mesma depois de passar na olaria. Serei belo, me olharão e verão que não fui trabalhado por qualquer um.

Através de mim louvarão ao Teu nome. Serei testemunho da obra de Suas grandiosas mãos...

Eu... um simples vaso...