sexta-feira, 16 de março de 2012

A saga de Mel e seu arqui-inimigo: O tão temido espelho...

Postado por Suellen (Menina aos olhos do Pai) às 09:34:00
Aqui se inicia a saga de Mel... uma menina como nós, uma mistura de doçura e alegria com diversos temores...

Mais um ano letivo se iniciava e o coração de Mel batia descompassado. Gostava da escola, mas não gostava das pessoas com quem tinha que conviver. Mel queria ter amigos, queria se encaixar no "padrão popular", mas não conseguia. A hora do intervalo era sempre sozinha, na companhia de um bom livro ou das músicas no seu telefone. Os dias passavam monótonos... O relógio parecia não se movimentar um milímetro.

Enquanto Mel ficava em pensamentos nas horas de intervalo, do outro lado do pátio estava Thábata. Cheia de pessoas ao redor, era o oposto de Mel. Não gostava muito de estudar, mas amava estar na moda e ter todos os carinhas bonitos da escola aos seus pés. Mel olhava e dizia para si mesma: Eu queria ser como a Thábata... loira, cabelos imensos e lisos, olhos claros, magrinha... Nossa, Thábata era o ideal de padrão de beleza. Se quisesse, poderia seguir a carreira de modelo fácil, fácil.

As duas pertenciam a mesma igreja. Só que a história se repetia também lá. Mel ficava no cantinho, cantando no conjunto e Thábata ficava no Ministério de Louvor. Cantava muito bem. Todos os rapazes da igreja se derretiam diante de Thábata. Ela era tão linda que seu apelido era Barbie.

 E Mel se sentia mal, se sentia sozinha, desprezada. Nenhum rapaz da igreja se interessava por ela e ela sentia como se fosse ficar solteira para sempre. Queria se conformar com o seu destino de ser uma senhora idosa, sozinha e dona de 20 gatos. Que triste!

Mel sabia dentro do seu coração que esta atitude dela não agradava a Deus. Mas não conseguia parar de se autopunir. Quando olhava no espelho dizia para si mesma: "Sua ridícula... gorda, feia, cheia de espinhas... por isso que ninguém gosta de você. Ninguém!" Nessa hora, lágrimas corriam pela sua face, numa mistura de amargura e desespero. "Meu Deus, por que o Senhor não me fez bonita? O que custava?" Balbuciava e resmungava para Deus quase todos os dias.

Não tinha vontade de fazer nada na Casa de Deus, pois pensava: "Pra que me esforçar se eu sou invisível aqui?" Para Mel, cantar no conjunto todos os domingos já estava de bom tamanho. Para ela, se saísse da igreja, ninguém repararia. "Duvido que com a Thábata seria assim. Se ela chega atrasada um dia, todos já ligam preocupados. E eu, quando fico doente uma semana, ninguém nem me liga para saber se eu estou bem".

Mel não imaginava o quanto estava perdendo e quanta coisa Deus queria fazer através da vida dela. Mel deixava que seu arqui-inimigo, o espelho, lhe falasse o seu valor e lhe ditasse todos os dias que ela não estava na moda, que ela não era nem um pouco especial. Estas coisas corroíam seu coração, sua mente, mas Mel tinha a necessidade de se autopunir. Só assim não se magoaria com o que os outros pudessem dizer dela. Era melhor ficar no cantinho, pois era bem mais seguro...

Em mais um dia de aula, Mel chegou mais cedo no colégio. "Que droga!" , pensou. A mãe de Mel adiantava o relógio para que ninguém da casa se atrasasse e naquele dia, Mel esquecera daquele detalhe. Quando se dirigia ao banco, quase caiu para trás. Thábata estava com André, o garoto mais bonito da escola, aos beijos e abraços. Tentou sair o mais rápido possível dali, para que ninguém a visse.

É, eles não estavam namorando. Estavam ficando. Aí que Mel pensou que não valia a pena andar na linha, andar no caminho certo. "Eu sou toda certa e a Thábata é uma perdida, e é ela que tem valor".

Quando chegou em casa, Mel chorou. Chorou um choro desanimador, triste mesmo. Depois de um tempo de angústia, a campainha tocou.

Chegava na casa Fernanda, prima de Mel. Nossa, há anos Fernanda não aparecia e decidiu passar um tempo na casa da sua tia para estudar, já que seus pais tinham sido transferidos a trabalho para outro país. Pediu para esta guardasse segredo, para fazer uma surpresa à Mel. As duas eram grandes amigas na infância, mas a família de Fernanda se mudou para o sul. Então as duas perderam contato.

_ Não acredito, Fer! Você veio! Que bom!!! _  disse Mel, enxugando os olhos e dando um abraço imenso em Fernanda.
_ Surpresa, prima! Que saudades de você! Agora vamos ter um tempo para matar a saudade... Peraí, você estava chorando?
_ Bem, não... ai... eu estava, mas não é nada importante.
_ Ai, Mel, tá... posso te pedir uma coisa? Quer orar comigo agradecendo por este tempo que Deus nos deu para estarmos juntas?
_  Vamos orar sim, Fer.

As duas começaram a oração. O coração de Mel estava alegre, pois não ia ficar sozinha. Sua amiga de infância estava ali, pertinho... teria com quem conversar, sair, se divertir. Era tudo que Mel queria...
Fernanda agora iria ser transferida para a escola de Mel. Tudo seria diferente. A vida de Mel iria mudar de uma maneira impressionante...


Quer saber mais? Acompanhe o próximo post da saga! (gostei desse suspense... rsrs)

Um grande beijo no seu coração!

Suh

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